ANÁLISE DA PROPOSTA DO BANCO DO BRASIL - COMPARATIVA E PONTO A PONTO

ANÁLISE RACIONAL E COMPARATIVA DA PROPOSTA APRESENTADA PELO BANCO DO BRASIL. PONTO POR PONTO.

Depois de tirar os dois "bodes" da sala: desconto dos dias parados e cláusula de descomissionamento, Banco do Brasil apresenta proposta inferior à da FENABAN e à da Caixa Econômica Federal, referente ao piso salarial.

Já com relação às propostas que apresentam algum avanço, ou contemplam uma pequena minoria, muito pequena mesmo. Ou não atendem às principais reivindicações dos funcionários, como isonomia, PCR e condições de trabalho.

Veja abaixo reflexões e comparações, ponto a ponto!

1) PROPOSTA DE REAJUSTE

- Reajuste de 9% sobre todas as verbas salariais e benefícios. O mesmo reajuste será aplicado no VCPI, garantido o interstício sobre esta verba;

Pergunta: Nós fizemos 18 DIAS DE GREVE PARA ALCANÇAR HUM POR CENTO E MEIO, é isso mesmo?

2) PISO SALARIAL

PISO – De R$ 1.600,00 para R$ 1.760,00. Reajuste de 10%.

Proporcionalmente, o reajuste do PISO da Fenaban foi maior. Foi de 12%.

Ora, se estamos na MESA DA FENABAN, e seguimos o índice geral dela, porque não será seguido o índice do piso (de 12%)?

O piso da Fenaban era de R$ 1.250,00 e passou para R$ 1.400,00.

Ah... mas o piso da Fenaban é menor. Sim, é.

Então, se é para fazermos a discussão, em termos de valores absolutos, vamos ao da Caixa Econômica, banco federal, do mesmo governo.

Na Caixa Econômica, o piso subirá de R$ 1.600,00 (o mesmo que temos atualmente) para R$ 1.826,00. Portanto, também proporcionalmente um incremento MUITO MAIOR.

O índice de reajuste do piso na Caixa Econômica Federal foi de 14,125%.

VEJA O COMPARATIVO:

BANCO/PISO	2010	PROPOSTA 2011	ÍNDICE DE REAJUSTE
FENABAN	R$ 1.250,00	R$ 1.400,00	12%
CEF	R$ 1.600,00	R$ 1.826,00	14,12%
BB	R$ 1.600,00	R$ 1.760,00	10%

ENTÃO FICAM AS PERGUNTAS:

Ø  Se o BB está na mesa da Fenaban e segue o índice para as demais verbas e referências salariais, porque não para o PISO?

Ø  Se o BB é um banco federal como a Caixa Econômica e lucrou menos do que esta, e o piso dos dois bancos era o mesmo, porque o da Caixa Econômica, agora será maior?

Ø  Porque os “nossos” negociadores/as não contrapõem estes mesmos argumentos à direção do Banco e simplesmente indicam aceite imediato desta proposta que é um atentado à inteligência de qualquer bancário(a)?

3) CARREIRA DE MÉRITO

• Escriturários e Caixas continuam fora.
• Assistentes continuam tendo que trabalhar 75 anos como assistente para alcançar a última letra M25.
• Gerentes de relacionamento continuam tendo que trabalhar 50 anos como gerente de relacionamento para atingir a última letra M25.
• Ou seja, a Carreira de Mérito é uma impossibilidade para quem não ficar pelo menos 25 anos como administrador (gerente geral de uma unidade).

A proposta magnífica que o Banco apresentou foi aumentar a letra M dos atuais R$ 88,50 para R$ 97,35.

E, claro, um avanço que é o de retroagir de 2006 para 1998 a carreira de Mérito.

Mas fica a pergunta: Quem serão os beneficiados com essa retroação?

A minoria da MINORIA!

Apenas os que eram comissionados neste período. Pois mesmo os que substituíram terão que ter passado longos períodos substituindo. Afinal, tem de trabalhar muito para chegar a uma letra M, lembram?

Além de muitos já terem saído do Banco, parte significativa dos comissionados são recém-comissionados.

E temos uma base ainda muito ampla de escriturários e caixas que sequer têm acesso à carreira de mérito, apesar das direções sindicais governistas afirmarem ser este PCR uma grande conquista, uma coisa maravilhosa!

Agora, claro, para a minoria da minoria, será ótimo este acréscimo importante no salário, podendo ultrapassar os R$ 389,40 a mais no salário de quem ocupava gerência média durante o período de 1998 a 2006, sem falar do valor que receberá retroativo deste período que, seguramente, na maioria dos casos, pelos cálculos, deve de ultrapassar bem mais do que R$ 7.000,00 (se o banco pagar no valor do atual M, corrigido).

Um valor significativo para quem vai receber. Um valor irrisório para que vai distribuir: o Banco do Brasil, uma vez que será para uma minoria da minoria.

4) Trava reduzida em 01 ano para ascensão de escriturário;

Avanço. Mas qual o custo disto para o Banco, mesmo?

5) Programa de Aprimoramento: Aumentou de R$ 200,00 para R$ 215,00. Um aumento de QUINZE REAIS, que o Banco só disponibiliza UMA VEZ POR ANO.

Avanço, afinal, aumentar 15 reais numa verba que é anual não deixa de ser um avanço. ÔÔÔ Banco generoso!

6) Reestruturação do Programa Recuperação de Dívidas de Funcionários, com redução na taxa de juros e aumento no prazo de pagamento;

Avanço. Deve ter sido muito difícil para o Banco reduzir a taxa de juros de quem ele detém e paga o salário. O Banco, afinal, nem gosta que nos endividemos, não é, mesmo? Sim... mas qual é mesmo a taxa de juros? E qual é mesmo o prazo para pagamento?

7) Mesa Temática para debater questões do PCR e Jornada de Trabalho;

Ah... a mesma mesa temática que passa todo o ano analisando para implantar coisas como o atual PCR ou mesmo chegar já na época da greve dizendo que ainda está fazendo estudos... E, mais conhecida popularmente, como mesa de enrolação! Tá bem!

8) SACR - Remoção Automática no Posto Efetivo para funcis de CABB: não haverá necessidade de dispensa da comissão para concorrer;

Avanço. Depois ainda tem gente que diz que o Banco não ajuda... olha aí... Isso deve custar uma nota para o Banco...

9) PAS - Adiantamento para funcionários incorporados que optaram pelo regulamento do BB e pertençam a planos de saúde no Economus, Fusesc e Prevbep;

Avanço. O Banco cumpre o que é sua obrigação. Mas tem tanta coisa que ele deveria fazer e não faz... isto é um avanço, com certeza!

10) VCP de 12 meses no retorno da licença saúde;

Fica um questionamento: Será mantida a cláusula do ACT 2010/2011 que mantém, durante 18 meses após o retorno da licença por LER, o pagamento das vantagens relativas à gratificação de caixa a quem exercia esta função? Cfe. disposto na clásula trigésima segunda que diz:

CLÁUSULA TRIGÉSIMA SEGUNDA: CAIXA-EXECUTIVO – VANTAGEM EM CARÁTER PESSOAL PARA PORTADORES DE LESÃO POR ESFORÇO REPETITIVO (VCP/LER)

O BANCO assegurará, em caráter pessoal, por um período de até 18 meses, contados da data de retorno ao trabalho, após o término da licença-saúde, o pagamento das vantagens relativas à gratificação de caixa a todo funcionário que, no exercício das funções de Caixa-executivo, tenha sido licenciado com diagnóstico de LER.

11) Concessão de 1.000 bolsas graduação e 500 bolsas pós-graduação;

Temos de reconhecer. Banco segue uma política de apoio à formação importante. Apenas deixamos a indagação se este número é realmente suficiente. De toda forma, uma política importante conquista pelos funcionários (as).

12)    Contratação de mais 2 mil Aprendizes.

Ponto importante do acordo. Precisaria, no entanto, rever a forma como os aprendizes vêm sendo utilizados em nossas unidade.


Após análise deste dodecálogo do Banco do Brasil, fica a pergunta:
E as grandes questões da ISONOMIA, FIM DA LATERALIDADE, PCR para caixas e escriturários na carreira de mérito e que fosse realmente aplicável a tod@s?

Bem... parece que nossas direções sindicais MAIS UMA VEZ esqueceram...

Tá na hora de lembrá-los!

Neste sentido, defendemos a rejeição da proposta e chamamos todos os colegas à Assembleia no Sindicato dos Bancários, às 17 horas!