2010 é o ano da isonomia!
Mesmo trabalho, mesmos direitos: essa é uma luta de todos!
Por Flaviano Correia Cardoso – Delegado Sindical CAIXA – Ag. Sé/SP
Milhares de mulheres e homens executam um duro trabalho diário para que a CAIXA seja, cada dia mais, uma forte empresa pública. Esse trabalho é feito com parceria, coleguismo e muita solidariedade. A luta para que todos que realizam o mesmo trabalho recebam a mesma remuneração e respeito é uma luta solidária entre todos os empregados.
Essa luta recebeu o nome de ISONOMIA (igualdade perante a lei) e movimenta há mais de uma década novos e antigos empregados, não distingue idade, orientação sexual, gênero ou raça. Lutamos por igualdade e isso é uma questão de respeito.
Há 12 anos, FHC retirou importantes direitos dos empregados de importantes empresas públicas do país, dentre elas a Petrobras, Caixa Federal e Banco do Brasil. Na Caixa a luta e a organização dos empregados vem a cada greve reconquistando o que foi arrancado. Embora tenha sido promessa de campanha, o Governo Lula se empenha em apresentar a CAIXA como uma grande ferramenta de sua gestão, sem resolver problemas importantes como a alta demanda por empregados e a isonomia. O trabalho aumentou e os direitos continuam desiguais entre os empregados.
Só com muita luta conseguimos alguns avanços na retomada de alguns dos nossos direitos: foi preciso uma forte greve em 2003 para reconquistamos as APIP´s (ausências permitidas) e o direito ao parcelamento de férias. Em 2004, garantimos o Saúde Caixa com mensalidade única para todos os empregados. E em 2008, garantimos a mesma tabela salarial entre novos e antigos na carreira administrativa. Essas reconquistas deram um exemplo de força e organização construída de forma unitária pelos empregados.
Esse ano é um ano chave para resolver de uma vez por todas essa questão. É um ano em que estamos em evidência, pois compomos uma empresa pública robusta, que foi fundamental para evitar que os impactos da crise fossem ainda mais desastrosos para a população em geral.
Todos os dias o resultado do nosso trabalho é evidenciado na execução dos programas de habitação, infraestrutura, crédito e programas sociais.
Ao compararmos os números e a destinação do orçamento público do nosso país, sabemos que ainda é pouco o que o governo destina para o povo diante de suas enormes necessidade, principalmente se considerarmos a importância da nossa riqueza e os privilégios que acumulam os ricos banqueiros e empresários em nosso país.
Mas é preciso levar em conta que o pouco que é gasto interfere na realidade do povo. E é por meio do nosso trabalho que essas conquistas chegam a milhões de brasileiros e brasileiras. Tudo isso estará na ordem nos meses que antecedem as eleições.
Nossa campanha por igualdade de direitos e mais valorização deve ser do tamanho da importância que temos enquanto empregados da CAIXA. Afinal defender essa empresa é defender os direitos e a valorização daqueles que a constroem dia-a-dia com o seu esforço.
Campanha nacional pela Isonomia: essa luta já começou!
Plenária nacional dos dirigentes sindicais, realizada em dezembro do ano passado, contou com a defesa uníssona de todas as forças políticas do movimento pela deflagração da campanha nacional “2010 é ano da isonomia”. O calendário da campanha teve atos de lançamento em todo país, com distribuição de camisetas, cartazes, adesivos, e cresce a cada dia entre os empregados.
Para ser vitoriosa nossa campanha deve ser deflagrada de forma permanente, reconstruindo nos locais de trabalho em todo país a cultura da garantia aos direitos reconquistados ao lado da luta constante pelos direitos que ainda nos são privados. Esse processo de organização e mobilização deve ter início com plenárias de delegados sindicais e construção de encontros de empregados em todo país. Temos que construir no início do próximo semestre um grande dia nacional de paralisação, para dialogar com a população sobre a discriminação e o desrespeito que 60% dos empregados da empresa sofrem atualmente. Esse deve ser um espaço público para compartilhar com a população as carências e necessidades da Empresa.
Para organizar a luta:
Plenárias Sindicais!
Encontros Regionais pela Isonomia!
Comitês em defesa dos nossos direitos!
ATS (1% ao ano independente do índice de reajuste); Licença prêmio (18 dias anuais) PARA TODOS!
Banco público se faz com valorização dos empregados
É fundamental entender que a tática da empresa e vencer a nossa luta pelo tempo. O modelo proposto para a empresa se pretende cada vez menos social e mais negocial. Esse caminho mercantiliza a empresa, e abre espaço para o desvio de suas funções estratégicas para o país. A prioridade tem sido cada vez mais o lucro, as metas do AVG estão e cada vez mais negócios para o dia-a-dia da empresa. Esse objetivo está somado a estratégia de reconfigurar o corpo funcional, colocando questões como o enxugamento dos gastos com o pessoal, redução de jornada com reflexos nos salários e a readequação das referências do Plano de Cargos Comissionados. É a proposta do Plano de Funções Gratificadas (Novo PFG). Para implementar esse pacote de mudanças as estratégias do governo são antigas e vão desde a divisão dos empregados, controle rígido do corpo gerencial até a retirada direta de direitos como acontece com os direitos que hoje motivam a bandeira da ISONOMIA.
Recentemente os empregados presenciaram a forma desrespeitosa com que a empresa tratou a questão do direito ao vale alimentação para os trabalhadores que ingressaram na empresa até 1995. Prometeu, pôs no papel e não cumpriu! Essa luta deve ser retomada e estendida como mais um item da isonomia, entendendo o VA como conquista e direito adquirido para todos.
A greve do ano passado foi uma das mais fortes do último período. A luta pela isonomia só não avançou por conta da decisão truculenta da Direção da Empresa em levar a nossa greve para o TST. Esse ano é preciso garantir participação, para além da adesão a greve, para que acumulemos a força social necessária para alcançar os nossos objetivos. O chamado a essa participação já foi iniciado. É preciso divulgar amplamente a realização dos Encontros Regionais Pela Isonomia, convocar a participação nos comitês, realizar plenárias de Del. Sindicais e preparar a discussão para o nosso CONECEF (Congresso nacional dos Empregados da CAIXA). O Sindicato de Santos realizou o encontro na base e do Espírito Santo realizará no próximo dia 20 de março. Iniciativas como essa devem se reproduzir por todo país, como uma forma de garantir à nossa luta nacionalmente!
Com organização e mobilização reconquistaremos o que é nosso! Avançar na luta pela isonomia! Contra todo tipo de discriminação!
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