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REFLEXÕES SOBRE NOSSA GREVE!

Em todo o país assembleias divididas.
Em São Paulo (SP), uma assembleia com a presença de 1090 colegas. E por uma diferença de tão somente 63 votos, num universo tão grande, houve a aceitação da proposta. No Rio de Janeiro, a diferença foi de aproximadamente 30 votos. Em Florianópolis, de apenas 08 votos. Assim ocorreu em outros estados que saíram prematuramente da greve.
A que se deve isso?
A uma aliança de direções sindicais absolutamente sem compromisso com a categoria e órgãos de direção do Banco. Assim a direção nacional do movimento CONTRAF/CUT conseguiu esvaziar o movimento, ficando na greve apenas Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Maranhão e algumas outras localidades menos expressivas (em números de funcionários).
Infelizmente está claro que há uma profunda falta de sintonia entre a "cúpula" das direções sindicais e nossa base.
Numa campanha que tem como slogan "Pessoas em 1º lugar", se teve uma coisa que não ficou em primeiro lugar foram as pessoas.
E o PCR era crucial para fazer avançar várias questões.
Hoje, nossa categoria vive sob o cabresto das comissões, que servem de verdadeiros instrumentos de pressão e assédio na cobrança de metas absurdas.
E o PCR não contempla justamente aqueles (as) que não tem comissão: os escriturários e os caixas.
Não estabelece o acúmulo progressivo das comissões, para no caso de perder a comissão ou o funcionário, por opção, não quiser mais tê-la, manter parte dela pelo tempo que trabalhou.
Não aumentou em nada os míseros interstícios de 3% a cada três anos.
Com isso, quem for até o fim da carreira, digo, no FINAL DA CARREIRA, receberá em torno de tão somente R$ 2.200,00.
Este é o atual quadro de hoje.
E a base que decidiu pela manutenção da greve e rejeição da proposta sabia que poderíamos conseguir mais avanços.
Estávamos na greve mais forte, em termos percentuais de fechamento de locais de trabalho, dos últimos vinte anos. O governo estava disposto em fechar rapidamente a negociação, em vista do segundo turno. Nunca tivemos um cenário tão favorável a nossas reivindicações, mediante pressão à direção do Banco. Tanto que foi isso que pressionou um fechamento de acordo na Fenaban.
Afinal, não queremos apenas índice. Uma série de questões há tempos rola sem solução nas mesas permanentes de enrolação: PCR (interstício de 12%), lateralidade e ISONOMIA.
O Ceará mais uma vez deu exemplo, mostrando disposição para a luta. Porém, a pressão sobre nós e o isolamento que o comando intencionalmente provocou ao dividir a categoria, em total falta de sintonia com a base, levaram a vários colegas não fazerem greve no dia de hoje.
Boatos como o de falta não abonada e ainda de pressão sobre comissionados.
E de uma direção de sindicato que, depois de "cozinhar" a assembleia por mais de três horas, não soube respeitar a decisão partindo para a intimidação de diversos colegas.
Diferentemente da postura, por exemplo, dos sindicatos dos outros estados, que tão logo acabou a assembleia, estavam organizando o dia da greve.
É preciso entender que numa luta como essas quem decide é o conjunto da assembleia ou sua maioria e isto deve ser respeitado principalmente por aqueles que se dizem nos representar.
Isto tem afastado diversas pessoas das assembleias.
Porém, fazemos um chamado a que não desistamos nunca da participação, pois este é infelizmente o objetivo da diretoria do Sindicato que durante este ano inteiro não chamou sequer uma reunião de delegados (as) sindicais.
Como disse o ex-diretor do Sindicato em nossa última Assembleia, Henrique Ellery(aposentado BB): "Há greves em que saímos sem nenhuma conquista financeira, mas que saímos vitoriosos politicamente. É preciso saber sempre sair vitoriosos politicamente. E esta vitória é a unidade da categoria. Logo, tudo que é decidido na assembleia precisa ser respeitado."
E como disse nossa colega Cristina, da Praça dos Correios: "Vou falar de sentimento... Sentíamos que era possível conquistar mais...E é preciso entender que estamos todos do mesmo lado"
E o colega Roberval (CSO Compe): "Não podemos permitir que o Banco continue adiando questões importantes como nosso PCR, isonomia e tantas outras questões, como tem feito ano a ano."
Ailton (BB/Benfica) ainda esclareceu que mais uma vez a diretoria do Sindicato tentou lançar de todo o tipo de argumento para deslegitimar uma decisão soberana, livre e consciente do conjunto da categoria. Alguns diretores afirmaram que teriam colegas votados pela continuidade da greve, por terem recebido informação de que São Paulo (SP) teria rejeitado, o que todos sabem que não é verdade.
Pois tão logo foi dada essa informação, ela foi checada e refutada, sendo informado logo em seguida a todos/as que receberam esta informação de que São Paulo (SP) ainda estava votando. E pouco tempo depois que tivemos o resultado apertado da Assembleia de São Paulo (SP) como ocorreu em boa parte do país.
De todas as lições, fica como principal a da importância de buscarmos manter nossa unidade como categoria, independente das manobras da direção de nosso sindicato.
A luta não acabou. Continua.
Contra as metas abusivas. Por melhores condições de trabalho.
E pelo PCR. Isonomia e Fim da Lateralidade.

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