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Governo cobra o Imposto Sindical no fim do mês; Sindicato de Bauru devolve logo que receber o dinheiro

Governo cobra o Imposto Sindical no fim do mês; Sindicato devolve logo que receber o dinheiro

 Do Sindicato de Bauru e Região
Na Trincheira 168
15/03/2011

Fica aqui, desde já, o aviso: não só os bancários, mas todos os trabalhadores brasileiros com registro em carteira devem contar com um pequeno buraco no holerite deste mês. Sim, é chegada a hora de pagar a contribuição sindical, cujo valor corresponde a um dia de trabalho no ano, o que dá 3,33% do salário de março. Na verdade, não se trata de uma "contribuição", e sim de um imposto.

Raízes do peleguismo

O chamado "imposto sindical" foi instituído em 1939 pelo então presidente Getúlio Vargas. Simpático ao ditador italiano Benito Mussolini, ele achou boa a ideia fascista de amansar os sindicatos doando-lhes dinheiro vivo. Vem daquela já longínqua época a cobrança do imposto.

Até 2007, o governo ficava com 20% do total arrecadado -- dinheiro que ia para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) --, os sindicatos ficavam com 60%, as federações com 15% e as confederações com 5%. Mas em 2008, com a aprovação da Lei no. 11.648, o governo Lula abriu mão de metade do dinheiro para cedê-la às centrais sindicais "amigas" -- ou pelegas, no português claro.


Cofres cheios

Com a sanção da tal lei, as centrais sindicais pelegas (CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CGTB e NCST) encheram seus cofres. Em 2009, por exemplo, elas receberam R$ 81 milhões, 23% a mais que os R$ 65,7 milhões recebidos em 2008. Os dados referentes a 2010 ainda não são conhecidos, mas é certo que, com a ampliação dos empregos formais, a montanha de dinheiro foi ainda maior.

Há um ano, o jornal Valor Econômico mostrou que as maiores despesas das centrais em 2009 foram com passagens aéreas, aluguel de salas em hotéis para realização de seminários, viagem de dirigentes para acompanhar conferências internacionais, compra e reforma de sedes regionais. A "Farsa Sindical", por exemplo, inaugurou seis sedes desde que o dinheiro pesado começou a pingar em seus cofres. Sua sede nacional, um prédio de 12 andares na região central de São Paulo, foi inaugurada no começo do ano passado e contou com a presença do "chefe" Lula.


Aqui  é diferente!

De 1993 até 2008, a cobrança do imposto ficou suspensa na base doSindicato dos Bancários de Bauru e Região/Conlutas, que havia conseguido judicialmente afastá-la. No entanto, com a revogação da liminar, nossa entidade passou a devolver aos bancários todo o dinheiro oriundo do imposto. Para o nosso Sindicato, os trabalhadores só devem contribuir voluntariamente, através da sindicalização. "Contribuir" por imposição é inaceitável!

Oportunista, a CUT agora fala em modificar o sistema de cobrança do imposto sindical. Mas não abre mão do dinheiro fácil que recebe de todos os lados, sobretudo do governo. Pelegos!

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