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Mais uma do Discurso do Rei

Mais uma do Discurso do Rei

De Ricard Wolney* 

Gente, O Discurso do Rei está mesmo com tudo. É apontado como favorito ao Oscar em todo lugar, e este será o segundo post no Rede Cinefilia sobre o filme. Para ver o primeiro, do Filipe Teixeira, clique aqui.
Fique agora com o texto de Ricard Wolney.

Fonte das Imagens: Google
O cinema britânico de vez em quando nos brinda com alguns preciosidades. Esta é uma delas. O filme é, em uma das melhores palavras ditas dentro do próprio filme, ESPLÊNDIDO.

De um refinamento ímpar nos dias de hoje, O DISCURSO DO REI nos mostra a história real do príncipe Albert, futuramente conhecido por seu último nome: rei GEORGE VI. O filme conta com o maior número de indicações deste ano, doze.

Pra quem ainda não sabe ou não ouviu nenhuma piada do tipo “É o filme do Gago?” eu digo: É SIM o filme do gago. Mas que gago. E que filme.

Vamos ao gago:
Albert é o segundo filho do rei da Inglaterra George V. Ou seja, o irmão mais velho é quem vai governar no caso de morte do pai. Mas o príncipe Edward é, como diria o Capitão Nascimento, um fanfarrão. Ele só quer saber de festas (muitas) e mulheres (mais ainda). E ainda é simpatizante do nazismo. E Albert passa a se preocupar cada vez mais com  futuro do país e da família.

E no meio disso tudo, o cara é gago.

Ele tenta de tudo para se curar. Mas é de tudo mesmo, vocês precisam ver o filme. Quando está prestes a desistir, conhece um profissional da fala  (Lionel Logue – belissimamente interpretado por Geoffrey Rush) que o faz começar um tratamento. E em um país que está à beira da guerra, um rei gago é um negócio complicado, vamos e convenhamos.
O Rei de verdade fazendo um discurso de mentira
Deixando a história de lado, vamos ao filme:
O filme trata, na verdade, de amizade. Uma amizade quase impossível entre um membro da realeza e um homem comum (an ordinary man). Que foi construída muito lentamente, com um grau de confiança e de dificuldades que só uma verdadeira amizade pode ter. O duque de Windsor e seu “médico” ficam cada vez mais próximos e o filme nos mostra todo o caminho trilhado por eles.

O diretor Tom Hooper é quase um estreante. Seus dois filmes anteriores não são nem dignos de nota. Se estiverem interessados vejam a Wikipedia. Está lá. Mas o cara fez um trabalho, repito, esplêndido. Brilhante, grandioso, perfeito. Os atores estão soberbos. O Colin Firth fez seu melhor trabalho desde sempre.

P.S.: A briga do Oscar vai ser boa. Eu já dava quase como certa a vitória do James Franco por 127 Horas, com o Jeff Bridges (Bravura Indômita) e o Javier Bardem (de Biutiful) por fora, mas depois de ver o Colin Firth em ação estou babando pra assistir o Oscar e ver o ganhador que poderá ser qualquer um.

O Geoffrey Rush deve ganhar de coadjuvante. Enfim, revi o grande ator de Shine, Elizabeth e Contos Proibidos do Marquês de Sade, que desde este último estava representando papéis menores e não dignos de sua atuação. Helena Bonham Carter e o resto do elenco (excelente) estão perfeitos e são extraídos ao máximo.
A parte técnica, toda ela indicada ao Oscar, está perfeita. Direção de Arte, Cenários e Figurinos historicamente perfeitos (com material original cedido pela BBC de Londres), uma Fotografia, com referências ao famoso Fog inglês, belíssima, Edição muito segura (sem as inovações e transgressões que viraram padrão do cinema atual), O roteiro é um caso à parte. O roteirista conseguiu incluir dados das memórias de Lionel Logue que foram descobertos um mês antes do começo das gravações.

Enfim, é um filme com a cara do Oscar e que deve ganhar com sobras (apesar de não estarmos muito afins com o Facebook, e a invasão que deve ser nos Estados Unidos, o que faz d'A REDE SOCIAL um forte candidato).
That's it.
* Ricard Wolney é funci do BB
Agência Heráclito Graça
E contribui também com o blog: http://redecinefilia.blogspot.com

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