Hoje, nesta terça-feira, dia 31 de maio, saiu finalmente decisão da justiça do Trabalho em atendimento ao pleito de Ailton Lopes, delegado sindical da agência Benfica, e Fernando Saraiva, delegado sindical do CSL, ambos membros da Frente Bancária de Oposição (FBO), solicitando a suspensão do processo de eleição de delegados sindicais do Banco do Brasil, para que não seja procedida a apuração dos votos, até que se julgue o mérito do processo como um todo.
Conforme afirma Ailton Lopes, "tal ação foi necessária pelo simples fato da diretoria do Sindicato ter resolvido este ano aplicar uma interpretação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que é totalmente desfavorável ao trabalhador."
Desde 2005, a redação do ACT do Banco do Brasil diz a mesma coisa: "Os Representantes Sindicais de Base serão eleitos levando-se em conta a quantidade de funcionários lotados em cada dependência, limitado a 1 (um) Representante por grupamento de ATÉ 80 (oitenta) funcionários do BANCO na base do sindicato local, com o mínimo de 1 (um)."
Ora, a palavra "até" indica o máximo de funcionários que tem direito a um(a) delegado(a) sindical e não o mínimo, como entendeu a diretoria do Sindicato. Qualquer número abaixo de 80 (oitenta) é um grupo de ATÉ 80 (oitenta). Logo, qualquer dependência do Banco tem direito de eleger seu delegado sindical.
Se ainda restasse alguma dúvida, o parágrafo único do ACT, que pode ser consultado no próprio site do sindicato, estabelece: "1 (um) Representante nas dependências com menos de 50 (cinqüenta) funcionários".
A forma como a diretoria do Sindicato age inibe a livre participação e evita que mais colegas se candidatem, impossibitando o fortalecimento de algo que é fundamental a qualquer movimento sindical: o delegado sindical.
Aliás, infelizmente, isso tem sido praxe desta diretoria, pois não fez um única reunião entre os atuais delegados sindicais.
DIRETORIA DO SINDICATO + DIRETORIA DO BANCO
= TRAIÇÃO CONTRA OS BANCÁRIOS
Para compreender melhor o nível da falta de compromisso desta diretoria conosco, bancários e bancárias, soubemos que tal interpretação do Sindicato, deveu-se ao fato do Banco ter questionado o "grande" número de delegados sindicais do BB e de ser inviável a liberação de todos para participarem de reuniões. Apesar de nenhuma reunião ter havido.
O Banco então parece ter reivindicado "uma leitura de que A CADA 80, teria um delegado (a), mas o que está escrito no texto, é ATÉ 80 (oitenta), o que dá uma interpretação totalmente distinta. Na verdade, a interpretação que seguiu passivamente o sindicato é completamente equivocada.
Só mesmo uma diretoria sindical "lambe-botas" como a do nosso Sindicato seria capaz de baixar a cabeça, junto com outros que fazem parte de sua "turma".
Apesar de e-mails e telefonemas de nossa colega Ednalva, delegada sindical do GECOI e membro da FBO, a diretoria do sindicato mostrou-se absolutamente insensível à manutenção de um sistema democrático de eleição.
Como ressaltou por diversas vezes o nosso colega Fernando Saraiva, "é um completo absurdo imaginar um delegado sindical representar, por exemplo, 21 ou 22 cidades do interior do estado".
A diretoria do nosso Sindicato, infelizmente, por seguidas vezes, tem operado politicamente de acordo com os interesses do patrão, do Banco. Isso se faz de diversas formas, normalmente acompanhada de conivência e descaramento. Foi o que ocorreu, por exemplo, com o Plano de Cargos e Remuneração, cuja proposta apresentada pelo Banco este ano foi a mesma rejeitada por todas as direções sindicais em 2006 e que, no entanto, este ano, a diretoria de nosso sindicato resolveu apresentar como grande vitória a todos os colegas do Banco do Brasil.
Foi assim com a lateralidade, implantada pelo Banco. Inicialmente muito questionada, quando apareceu a oportunidade de rejeitá-la em acordo coletivo no ano seguinte ao da sua implementação com uma forte greve, a diretoria de nosso Sindicato "recuou". Ou seria mais apropriado dizer que eles desde o início faziam o que estão acostumados a fazer: uma grande farsa?
POR ELEIÇÕES LIVRES E DEMOCRÁTICAS, CONTINUAMOS NA LUTA.
AQUI NÓS NÃO BAIXAMOS A CABEÇA PARA O PATRÃO.
NOS INTERESSA É A VOZ DO TRABALHADOR!
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