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Oposição fura o bloqueio e a falta de democracia impostas pela diretoria do Sindicato no Encontro Estadual dos Bancários.

Mais uma vez um Encontro pouco participativo que afasta a categoria bancária dos fóruns que o próprio sindicato organiza.

Um fórum maçante. Esta é a definição para o formato que a diretoria do Sindicato criou para o Encontro Estadual. 04 palestrantes, falando, em torno de 30 minutos cada um. Ou seja, duas horas inteiras a que os participantes do Encontro foram submetidos de falas daqueles que compunham a mesa.

Destes, todos, representavam exclusivamente os campos políticos que compõem a diretoria do sindicato.

Não foi aberto nenhum espaço, uma fala mínima que fosse, para os colegas que defendiam ideias diferentes, inclusive com teses inscritas aos Encontros Nacionais, pudessem apresentá-las.

“Podes discordar do que eles pensam, mas a Diretoria do Sindicato defenderá até a morte que você fique calado”.

É assim que tem agido a diretoria de nosso sindicato, vedando de todas as formas possíveis, a expressão do contraditório, da diferença, impondo um pensamento único e atrasado.

Depois de todo este falatório, é que foram abertas tão somente dez inscrições para serem sorteadas entre os que desejassem fazer uso da palavra.

Com este tipo de cerceamento, apenas dois colegas da oposição, Henrique Eduardo e Carleal, ambos do Banco do Nordeste, conseguiram falar.

Havia 231 colegas presentes e ainda assim a diretoria do Sindicato não construiu um espaço que fosse permitido o debate entre todos os colegas. Vários instrumentos pedagógicos à nossa disposição e a diretoria do sindicato ainda se vale de formas arcaicas, atrasadas e anti-democráticas.

Isso tudo tem uma explicação: Impedir que aqueles (as) que pensam diferentes, se expressem.

Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o "hoje" nascerá do "jamais".
Bertold Brecht



Ainda assim, com todos estes atropelos. Mesmo diante de todo o aparatado e força da burocracia atrasada de nosso Sindicato, nós, da Frente Bancária de Oposição, conseguimos eleger delegados e delegadas.

Foram dois tipos de votação.

A primeira para a Conferência Regional da FETEC/NE, Federação que representa vários sindicatos do Nordeste. Nesta, a diretoria obteve 178 votos. E nós, da Frente Bancária de Oposição, conseguimos ultrapassar a barreira dos 20% e elegemos, com isso 08 delegados (as).

A diretoria do Sindicato tentou impor o contraste visual para dizer que não havíamos atingido os 20%, porém, mediante questionamento de representantes da oposição, foi realizada a contagem dos votos para averiguar a proporcionalidade, como deve sempre ser feito, isto quando não se quer passar por cima da democracia, palavra com a qual a diretoria de nosso sindicato não está acostumada.

O segundo momento de votação foi para os Congressos específicos por Banco: Banco do Nordeste, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Para o Congresso do Banco do Nordeste, a oposição alcançou 22 votos, o que garantiu o direito a 13 delegados (as). A diretoria do sindicato teve 47 votos. E ainda houve 01 (uma) abstenção.

Para o Congresso do Banco do Brasil, nós, da oposição, alcançamos 19 votos, a diretoria do sindicato, 36 e houve 05 abstenções. Desse modo, conseguimos eleger 03 (três) dos 09 (nove) delegados a que tem direito o Ceará, na representação nacional para o Congresso do BB.

Já no caso da Caixa Econômica Federal, a oposição não conseguiu o número mínimo para compor uma chapa que alcançasse a barreira dos 20% imposta pela CUT. Com isso, houve uma única chapa da diretoria do Sindicato.

Esta foi a primeira vez, depois de muito tempo e muita luta, que conseguimos uma representação da oposição para a Conferência da FETEC/NE. E ainda melhoramos nossa participação nos Congressos do BB e BNB. Mas precisamos ampliar mais para derrotar aqueles/as que representam os interesses dos patrões dentro da categoria bancária.

E, no caso específico da Caixa Econômica Federal, fazemos um chamado a que os colegas, apesar de insatisfeitos, com toda razão, com a atual gestão do sindicato, a que participem para elegeremos delegados comprometidos (as) com a defesa dos interesses de nós, trabalhadores (as) bancárias, e não de interesses corporativos de grupos políticos ligados a quem hoje manda no BB, CEF e BNB.

Quem te viu? Quem te vê...

Até o Secretário de Administração da Prefeitura de Fortaleza, isso mesmo, da gestão que colocou a Guarda Municipal Armada como uma tropa de elite para reprimir os professores com cacetetes e spray de pimenta, estava lá. Para votar na chapa da diretoria do Sindicato.

Ainda assim...

Conseguimos aprovar uma moção de apoio aos professores e professoras de Fortaleza que lutam também por melhores condições de trabalho e uma educação de verdade!

Porém...

Como o presidente do Sindicato, ligado politicamente a eles, já antecipou que não publicará a moção na Tribuna Bancária, é nosso dever dar ciência aos colegas daquilo que foi aprovado, mas que mais uma vez, a diretoria de nosso Sindicato não publicará. Isto porque usam a Tribuna Bancária e os demais instrumentos de nosso Sindicato como se fossem deles e não do conjunto da categoria, de quem eles arrancam dinheiro com o famigerado imposto sindical.

Seguem abaixo:


- Moção de apoio aos professores (as) de Fortaleza aprovada por unanimidade no Encontro Estadual, mas que, por vergonha (ou falta dela) a diretoria do Sindicato não publicará no Tribuna Bancária;
- Nota da Frente Bancária de Oposição distribuída no sábado.

MOÇÃO DE APOIO DO ENCONTRO ESTADUAL DOS BANCÁRIOS DO CEARÁ AOS PROFESSORES MUNICIPAIS EM GREVE
Fortaleza, 18 de junho de 2011.

No Encontro Estadual dos Bancários que reuniu 231 bancários do Ceará a Frente Bancária de Oposição apresentou a moção de apoio ao movimento dos professores que foi aprovada por unanimidade. Segue abaixo a Moção:

Os bancários do Ceará, reunidos no Encontro Estadual de 2011, solidarizam-se com os professores do município de Fortaleza que estão em GREVE há quase 60 dias, pelo cumprimento da Lei do Piso e contra a retirada de direitos históricos.
Neste momento a Justiça decretou a ilegalidade da GREVE e a Prefeita Luizianne Lins do PT cortou o pagamento da antecipação do 13º salário e ameaça cortar os próprios salários dos educadores que participam do movimento, além de acenar com o assédio moral obrigando os professores a trabalharem durante as férias.
A Prefeitura usa parte da Guarda Municipal para agredir a categoria com aval da maioria dos vereadores com o uso de cassetetes, gás lacrimogêneo e spray de pimenta num desrespeito total à cidadania e à liberdade de manifestação.
Os bancários não aceitam nenhum tipo de repressão aos grevistas, seja de qual governo venha a porrada!
Os bancários através de seu Encontro Estadual se somam aos diversos setores da sociedade que já declararam apoio aos professores na luta por suas reivindicações.
10% do PIB para a Educação Pública Já!



Abaixo segue a nota distribuida pela Oposição no Encontro:

Frente Bancária de Oposição


POR UMA CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA DE LUTA COM PARTICIPAÇÃO ATIVA DOS  BANCÁRIOS NAS DECISÕES!

A Frente Bancária de Oposição (FBO), Formada pelo MNOB (Movimento Nacional de Oposição Bancária), MOB CE (Movimento de Oposição Bancária), MAIS+Bancário (Movimento de Autonomia e Independência Sindical) e colegas bancários(as) de atuação livre e independente, temos defendido sistematicamente a democracia e a participação dos bancários no nosso sindicato.

Nesta campanha salarial que se inicia estamos atravessando um período de muitas lutas, greves e manifestações por parte de categorias de trabalhadores no país inteiro que não aceitam mais serem exploradas, perderem direitos e a cada dia que passa se endividarem mais para poderem sobreviver.

A nossa categoria de bancários(as), apesar de pertencermos e dependermos do setor da economia que dispõe dos maiores lucros e que detém o capital financeiro do país, somos penalizados por jornadas estafantes e metas exorbitantes tendo como resultado salários aviltantes e insuficientes para as nossas necessidades.

Precisamos de uma CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA COM DEMOCRACIA.

Conclamamos ao conjunto dos companheiros(as) bancários(as) a participarem ativamente de nossa campanha salarial unificada e da greve nacional forte que com certeza precisaremos realizar neste ano. Não queremos greve de pijama e sim uma greve com mobilização diária e participativa de todos os aderentes.

Para conquistarmos nas negociações a reposição das nossas perdas salariais precisamos de democracia no movimento e para isto propomos que nas assembléias dos sindicatos seja eleito um representante de base que não seja membro das diretorias para acompanhar as negociações do comando nacional.

Todos os anos temos um acordo de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e sobre este acordo defendemos que o montante a ser distribuído ao conjunto da categoria seja realizado de forma linear, significando que cada funcionário receba o mesmo valor dos demais independentemente de seu lugar na instituição, seja ele diretor, gerente, caixa ou qualquer outro cargo, defendemos portanto que a PLR deve ser distribuída igualitariamente.

Por último a FRENTE BANCÁRIA DE OPOSIÇÃO defende nesta campanha intransigentemente a questão da ISONOMIA tanto em relação a funcionários novos e antigos como sobre funcionários incorporados de um banco para outro. Todos devem ter os mesmos direitos!
 
DEMOCRACIA, AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DO GOVERNO E DOS BANQUEIROS. POR UMA CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA E VITORIOSA!
Fortaleza (CE) junho/2011   

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