Repassamos abaixo resposta a um(a) colega do Banco do Brasil, ingresso há
pouco tempo, que nos perguntou sobre qual seria a importância dos caixas e escriturários serem inclusos na carreira de mérito.
Segue com resposta dada por Ailton Lopes, delegado sindical da agência
Benfica, membro do MAIS Bancários e Frente Bancária de Oposição.
(...)
Já com relação ao PCR, Plano de Cargos e Remuneração, o que ocorre é que se os escriturários e caixas forem incluídos na carreira de mérito, estes colegas passarão a receber um acréscimo em seu salário, segundo valores de hoje, de R$ 88,59 toda vez que atingirem uma letra M da carreira de mérito.
Para entender melhor...
Antes de 1998, o PCR do Banco do Brasil possuía interstícios de 12 a 16% a cada período de três anos (12% de A1 a A9 e 16% do A9 ao A12).
Ou seja, a cada três anos, o funcionário do Banco do Brasil, independente do reajuste da greve, etc., receberia de reajuste o percentual de 12%, e, no final da carreira, do A9 ao A12, o funcionário receberia 16% de reajuste, a cada três anos.
E, com isso, valorizava o nosso salário, tendo uma progressão real da carreira.
Se isso, fosse aplicado hoje, vc que começa ganhando R$ 1.600,12, chegaria, ao final da carreira, depois de 35 anos, com o salário de R$ 5.970,78.
Hoje, com a atual regra, vc só chegará ao fim da carreira, sem comissão, com o valor de R$ 2.214,94; menos do que o que ganha um Assistente.
Ou seja, da forma como está, há uma corrida pelas comissões, que são o que nos mantém ainda mais presos às metas, sob o jugo delas, que é que foi implantado depois de 1998 e continua hoje.
Depois de 1998, o PCR do Banco do Brasil estipula o interstício de apenas 3% a cada três anos (do E1 ao E12).
E vc sai de R$ 1.600,12 para a merreca de R$ 2.214,94, depois de passar 35 anos ralando no Banco.
Em 2006, o Banco propõe um novo modelo de PCR, incluindo a carreira de mérito.
Ou seja, além das atuais letras E (E1 ao E12) que têm interstício de 3% a cada três anos, teríamos uma carreira de mérito.
Porém, só para os cargos comissionados. Ou seja, escriturários e caixas ficariam de fora.
E a regra seria:
A cada letra M, que vai do M1 ao M25, o funcionário (a) receberia um acréscimo de R$ 88,59 ao seu salário. E para atingir a letra M deveria alcançar uma pontuação de 1.095 pontos. E como atingí-la? Segue a explicação abaixo.
Para tanto, aplicaria a tabela abaixo:
A pontuação diária de cada comissão é definida de acordo com o Valor de Referência (VR) da comissão, conforme tabela abaixo:
Os que possuíssem comissão, cujo salário de referência global fosse de até:
- Até R$ 4.056,10, receberiam um ponto por dia e, portanto, só A CADA TRÊS anos que ganharia um M;
- Entre R$ 4.056,10 e R$ 6.760,17, ganharia 1,5 ponto por dia e, portanto, só A CADA DOIS anos, receberia um M;
- De R$ 6.760,18 a R$ 13.520,33, ganharia 3 pontos por dia e com isso, A CADA UM ANO, receberia um M;
- A partir de R$ 13.520,34, ganharia 6 pontos por dia e, com isso, em apenas 6 MESES, já alcança uma letra M;
Lembrando que a LETRA M corresponde ao valor significativo de R$ 88,59.
Ora, um(a) Assistente teria de passar 75 anos trabalhando como tal para chegar ao último nível da letra M e ganhar R$ 3.037,51 mais os seus R$ 2.214.94 de reta final de carreira.
Já um gerente de relacionamento, teria de passar 50 anos como tal.
E um(a) gerente geral, 25 anos, como tal.
Ou seja, um absurdo para a imensa maioria dos funcionários.
O que fez o conjunto de todo o movimento sindical?
Rejeitou esta proposta!
Porém, no começo deste ano, sem qualquer mobilização, e contando com a conivência e "parceria" das direções sindicais ligadas à direção majoritária da CONTRAF/CUT, aprovaram o PCR que tinha sido rejeitado em 2006, sem sequer chamarem assembleia com os funcionários/as do Banco. Inclusive a direção de nosso sindicato. Mais um golpe! Mais uma traição!
Infelizmente, é este o tipo de direção sindical que temos hoje. E, por isso, precisamos tod@s nos sindicalizarmos e participarmos de uma grande chapa de oposição no próximo ano para mudar o nosso sindicato para que ele sirva aos interesses de quem tem de servir, de todos os bancários (as) e não de grupos políticos que compõem também a direção do Banco do Brasil. Hoje, no sindicato, o grupo que dirige majoritariamente é o mesmo grupo político que faz parte também da direção do Banco, chamada de Articulação Sindical. E isso tem sido absolutamente nocivo ao nosso movimento.
Mas isso rende muita conversa para explicar todas as trapaças que eles fazem e vc, participando, perceberá.
Quanto às notícias da campanha, buscaremos atualizar o máximo que purdermos o nosso blog e também é importante manter o contato.
Espero que tenhamos esclarecido parcialmente suas dúvidas.
Qualquer coisa, pode nos escrever
Ailton Lopes
Militante do MAIS Bancarios
Delegado Sindical da Agência Benfica (CE)
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