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Até governo do PSDB negocia com os bancários; Dilma e banqueiros dizem não

Bancários do Banpará já deram a receita de como pressionar os patrões a atender as reivindicações da categoria.
30/09/2011 às 13:29
Ascom/SEEB-MA
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Após uma semana sem nenhum avanço nas negociações, bancários de todo o país continuam em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (3). Em meio à intransigência e a arrogância do Governo Federal e dos banqueiros – que insistem em não atender as reivindicações da categoria – dois bancos, um Regional e outro Estadual, são a prova de que os grandes bancos federais e privados têm totais condições financeiras para colocar um fim à greve nacional dos bancários, mas, simplesmente, não querem.

Entenda o caso


Depois do Banco Regional de Brasília (BRB) acertar um reajuste de 17,45%, foi a vez do Banco do Estado do Pará (Banpará) apresentar uma proposta aceitável aos seus empregados. Em assembleia realizada, na quinta-feira (29), a categoria entrou em acordo com o banco paraense e encerrou a greve por um reajuste mínimo de 10%, entre outros benefícios. Vale lembrar que o patrão do Banpará é o governo daquele Estado, que é do PSDB, partido visto como o "terror" das negociações salariais dos bancários, no tempo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A atitude diferenciada dessas duas instituições – com menor poder financeiro em relação aos bilionários bancos federais e privados – evidencia uma enorme contradição que remete a seguinte pergunta: se esses dois “peixes pequenos” têm condições de negociar tais índices, por que os “graúdos” silenciam, protelam e só oferecem o reajuste rebaixado de 8%?

A resposta é simples: o que falta é interesse do Governo e dos banqueiros. Eles não querem mesmo é abrir o cofre e colocar um fim à greve nacional dos bancários. Com o movimento ainda em crescimento, já está mais do que comprovado que os patrões manterão as negociações estagnadas. Mas os bancários do Banpará já deram a receita de como pressionar a classe patronal a atender as reivindicações da categoria. A faca e o queijo estão nas mãos dos bancários: o caminho é único, o fortalecimento da greve!

No caso do Banpará – a paralisação contou com a adesão de 95% do funcionalismo e parou as agências do banco por três dias – tempo suficiente para empurrar os patrões para a mesa de negociação e arrancar deles conquistas importantes como um reajuste de 10% sobre as verbas salariais, mais 5% de promoção do Plano de Cargos e Salários em 2012; Anuênio reajustado para R$ 25,00; Reajuste de 20% sobre tíquete alimentação e cesta alimentação, além de um tíquete alimentação extra de R$ 3.200,00, linear a todos os empregados em exercício nas datas de pagamento, sendo R$ 1.200,00 antes do Círio, R$ 1.000,00 em Dezembro/2011 e R$ 1.000,00 em Março/2012, dentre outras conquistas.

Mais uma conquista da Campanha Específica 2011 no Banpará pode ser considerada histórica e servirá de parâmetro para o movimento bancário nacional: a Licença Prêmio de 5 dias para cada ano, sem retroatividade, para gozo; direito este retirado dos trabalhadores de bancos públicos brasileiros desde 1994, no período neoliberal do governo de Fernando Henrique Cardoso.

É por essa insensibilidade do governo e dos banqueiros, que só querem acumular dinheiro e não pensam nos bancários, que a categoria continuará mobilizada em GREVE GERAL POR TEMPO INDETERMINADO!






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