Pular para o conteúdo principal

BANCÁRIA ENVIA CARTA À DIREÇÃO DO BB

Em carta à direção do BB, bancária denuncia terror psicológico e diz por que faz greve
Qua, 28 de Setembro de 2011

O Sindicato recebeu nesta quarta-feira 28 carta de uma bancária endereçada à direção do Banco do Brasil em que alerta sobre os efeitos do terror psicológico da empresa sobre os funcionários para que não adiram à greve.

Em tom de desabafo, a bancária questiona na carta o modelo de gestão do BB baseado na imposição do medo para enfraquecer o movimento nacional da categoria, do qual participa, segundo ela, para evitar o retrocesso. “Eu faço greve contra as ameaças e o desrespeito”, dispara ela.

Leia a seguir a íntegra da carta:
“Até que ponto uma estratégia de ameaça aos funcionários e funcionárias pode afetar os rumos de uma empresa que mantém um lucro altíssimo?

Vocês, presidente e vice-presidentes do Banco do Brasil, estão adotando perigosa estratégia tentando evitar a adesão de seus funcionários e funcionárias à justíssima greve nacional deflagrada nesta segunda feira: a tática do terror psicológico.

Vivemos num tempo em que se tenta controlar as pessoas através da psique. Nesta greve estamos vendo isso de forma clara. Primeiro, vocês vêm ameaçando cortar o ponto desde antes da greve, tratando de algo que sequer foi negociado e que só é definido no momento de assinatura do acordo.

Será que vocês não querem assinar o acordo coletivo, instaurando retrocesso histórico e PUNINDO quem trabalhou para lhe trazer lucro?

Outra ameaça é a de não renovar a cláusula que estabelece que o descomissionamento só pode acontecer com três avaliações negativas, uma cláusula que representa maturidade da empresa no tocante à gestão, cláusula que vocês aceitaram ano passado para acabar com nossa greve. Parece que vocês não se importam muito com a gestão. Parece que vocês se importam mesmo é com seus cargos. E ainda quando saírem vão engordar suas contas bancárias com o Plano de Desligamento de Executivos*. Será que é isso que vocês estão buscando?

Eu me importo com o Banco. Por isso eu faço greve contra o retrocesso.
Eu faço greve contra as ameaças.
Eu faço greve contra o desrespeito.
Eu faço greve contra os covardes.
Eu faço greve contra tudo isso.
Eu faço greve contra o Plano de Desligamento de Executivos.
Mesmo que me corte o ponto.
Porque, antes de mais nada, vocês me devem respeito por eu cumprir suas metas abusivas, por vocês estarem me fazendo tomar remédio tarja preta, por pagar suas PLRs astronômicas, por trabalhar duas horas de graça todos os dias.

Vocês vão embora e eu vou continuar, por isso eu faço GREVE.”

* NR: Pelo Plano de Desligamento de Executivos, esses profissionais, quando deixam a empresa, recebem mais de R$ 1 milhão.

Fonte: SEEB Brasília

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

E ATÉ QUANDO TERÁ VAGA PRA VOCÊ?

Você hoje já olhou para o seu colega do lado? O texto vai ser longo. Não foi proposital. Mas só vai ler quem tiver afim. Tivemos mais de cem colegas do Centro de operações CENOP em Recife que terão de se virar para saber o que vão fazer de sua vida funcional no mar de oportunidades que a empresa lhe criou sem combinar com eles, sem combinar com elas. O Banco muda seu modelo para se adaptar aos “novos tempos”, para conseguir “sobreviver diante dos novos paradigmas”. Mas que novos tempos e que novos paradigmas? Quem os definiu? Tudo é nominado por seres inanimados, respostas impessoalizadas para evitar-se o questionamento, o confronto direto aos verdadeiros responsáveis: banqueiros, grandes especuladores, os grandes capitalistas. E passa-se a ideia de que são os clientes ou o povo que quer. Quando se torna impossível enganar, então, afirma ser a mudança algo inevitável. As desculpas são as mais mentirosas: “Mas o Banco lhe oferece mais oportunidades, mais canais...” Fo

GREVE GERAL DIA 30: DERRUBAR AS REFORMAS E O GOVERNO CORRUPTO DE TEMER

É GRAVE! É GREVE! Nunca um governo esteve tão nitidamente envolvido em corrupção, com o presidente ocupando posto central em esquemas de corrupção. Mas por que ele ainda não foi derrubado? Por que ainda não se chamam novas eleições? Porque, além de um Congresso majoritariamente corrompido, ainda a elite econômica o sustenta para garantir os diversos golpes contra a classe trabalhadora, como foi o caso da Lei da Terceirização. Agora estão em jogo as reformas trabalhista e da Previdência. Na Reforma Trabalhista, o governo golpista sofreu uma primeira derrota na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Porém, agora o projeto de lei segue em tramitação para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, depois, para o plenário. Só há um caminho para barrar as reformas. Não será esperar as ações do STF que tem Gilmar Mendes, tampouco basta a ação da Procuradoria Geral da República. É preciso pressão popular. E isto está comprovado. Tudo acontece, tudo está às mostras e nada é feito

GREVE GERAL DIA 28 DE ABRIL

É GRAVE! É GREVE! TODAS E TODOS À GREVE GERAL DO DIA 28 DE ABRIL             Há tempos não vivíamos uma época de tão imenso retrocesso em nosso Brasil e os mais diversos ataques à democracia e aos nossos direitos como trabalhadores e trabalhadores.             O desmonte nos serviços públicos que será aprofundado pela PEC 55 aprovada pelo governo golpista se soma à precarização ainda maior das relações de trabalho com o Projeto de Lei aprovado da Terceirização, a proposta de “reforma trabalhista” que impõe o acordado sobre o legislado e duplica o prazo para contratos temporários, entre outras medidas. E um dos maiores golpes: o ataque até mesmo ao direito à aposentadoria e a condições salariais dignas na velhice, momento em que o trabalhador mais precisará de sua renda para sobreviver.             A idade de 65 anos com mínima e de 49 anos de contribuição para poder receber na integralidade a média salarial de todo seu tempo de contribuição são duros golpes que fazem