Repassamos abaixo carta do conselheiro da ANABB, dando conta dos últimos acontecimentos naquela entidade, onde o senhor Valmir Camilo parece não se conformar com a perda de controle total de uma entidade que não é sua, ou ao menos, não deveria ser.
Leia na continuação o conteúdo completo da carta:
Brasília (DF), 15 de março de 2012
Prezados Amigos,
Prezados Companheiros,
Prezados Colegas doBanco do Brasil ,
Leia na continuação o conteúdo completo da carta:
Brasília (DF), 15 de março de 2012
Prezados Amigos,
Prezados Companheiros,
Prezados Colegas do
Na noite do
dia 13/03/2012 decidi renunciar ao cargo de Vice-Presidente de Relações
Institucionais da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil. Para
registrar esta decisão, enviei, às 22:31h, e-mail comunicando esta decisão aos
Srs. Presidente da Diretoria Executiva e Presidente do Conselho Deliberativo da
entidade e posteriormente, às 23:08h, fui ao encontro do Sr. Presidente do
Conselho Deliberativo para pessoalmente também colher seu recibo ao citado
pedido de renúncia.
Entendo que
uma vez eleito para representar quem quer que seja, em qualquer que seja o
fórum, assumo a obrigação de agir com legalidade, transparência e ética para
atingir os objetivos pelos quais fui eleito para a função. Entendo também que
devo dar, durante o exercício da representação, total transparência de meus
atos àqueles que me elegeram, para que estes possam avaliar e julgar estes atos
à luz da legalidade, da transparência, da democracia e da ética. Por este
motivo, dirijo a vocês esta mensagem.
O processo
eleitoral para a escolha da nova
gestão da ANABB
para o período 2012/2016, apontou a vontade dos associados em substituir uma
gestão de 18 anos de grupo monolítico, por um novo grupo que se ofereceu para a
missão, com a promessa de tornar a ANABB uma entidade com pluralidade política,
democrática para todos os seus associados e transparente e ética em seus atos. Esse
grupo, do qual faço parte, assumiu ainda constituir uma Comissão de Ética para
apurar as denúncias de possíveis irregularidades que o antigo Conselho
Deliberativo, por maioria, recusou-se a examinar.
Foram sábios
os associados. Ao mesmo tempo em que determinaram a mudança na maioria da gestão
(15 membros em 26), também mantiveram na gestão, de forma minoritária (11
membros em 26) colegas alinhados com a gestão anterior. Dessa forma,
entendemos, quiseram os associados viabilizar as mudanças para resgatar a
credibilidade abalada da entidade, porém sem criar situações que impedissem a
continuidade dos bons serviços que presta a seus associados.
Tomei posse
como Conselheiro Deliberativo da entidade, junto com os demais eleitos, no dia 12/12/2011.
Naquela ocasião, apesar de termos a maioria do Conselho Deliberativo, podendo
escolher toda a Diretoria Executiva, optamos por respeitar o que entendemos ser
a intenção dos associados e decidimos compor, de forma democrática, todas as
instâncias deliberativas da entidade com a mesma proporção de votos dados pelos
associados aos grupamentos eleitos. Dessa forma, no Conselho Deliberativo, a
composição ficou de 12 membros do grupo majoritário e 9 membros do grupo
minoritário.
A Diretoria Executiva, por sua vez,
ficou composta por 3 membros do grupamento majoritário – Srs. Sérgio Riede (presidente),
Reinaldo Fujimoto (vice-presidente de administração e finanças) e Fernando Amaral ( vice-presidente
de relações institucionais) – e 2 membros do grupo minoritário – Sra. Cecília Garcez ( vice-presidente
de comunicação) e Sr. Emílio
Rodrigues ( vice-presidente de relações funcionais). Esses 5 (cinco) dirigentes tomaram
posse no dia 13/01/2012 e, nesses 39 dias úteis de trabalho, realizou 6
reuniões de Diretoria, com duração de 4 a 6 horas cada uma, tendo-se analisado e
decidido cerca 100 itens de pauta, debatendo e esgotando argumentações,
tornando possível chegarmos a cem por cento das decisões por decisão unânime e
apenas uma pendente de decisão, ainda sem consenso.
Uma dessas
decisões, tomadas por consenso, foi a proposta de Código de Ética, Comissão de
Ética e Regimento da Comissão de Ética, a ser encaminhada para análise e debate
no Conselho Deliberativo. Nesse caso específico, após uma série de debates, a
Diretoria Executiva tomou por base da proposta de Código Ética a proposta
apresentada pela Vice-Presidente Cecília Garcez que fez um excelente trabalho de
pesquisa em Códigos de Ética de empresas e entidades, tendo compilado o que havia
de mais moderno e efetivo nesses documentos para apresentar à nossa Diretoria.
O trabalho mereceu a aprovação de todos e passou por debates pontuais de adendos
e ajustes, tendo sido finalizado, aprovado por unanimidade na Diretoria
Executiva e sido encaminhado para apreciação, análise e deliberação do Conselho
na reunião do último dia 14/03/2012.
No dia
13/03/2012, dia anterior à reunião do Conselho Deliberativo, por volta das
16:30h, o Sr. Valmir Camilo ,
ex-presidente da entidade, compareceu à sede da ANABB e solicitou ser
recebido pelo atual presidente da Diretoria Executiva e pelo atual presidente
do Conselho Deliberativo que estavam reunidos com o conselheiro Luiz Careli,
secretário do Conselho Deliberativo. Nesse contato, o Sr. Valmir Camilo disse estar
ali representando o “Time da
ANABB ” (grupo da gestão anterior, neste momento com
participação minoritária nesta gestão), e comunicou que após a sua saída os
Vice-Presidentes Cecília
Garcez e Emílio Rodrigues protocolizariam suas cartas de
renúncias na Presidência da entidade. Esclareceu que, em seu ponto de vista, a
tentativa de gestão compartilhada, apesar dos cem por cento de consensos em
todos os pontos debatidos até aquele momento, não havia dado certo e que não
permitiria que fosse aprovada pelo Conselho Deliberativo a proposta de Código
de Ética, Comissão de Ética e Regimento da Comissão de Ética. Informou que com
a renúncia dos dois Vice-Presidentes, estes passariam a membros do Conselho
Deliberativo automaticamente, conforme previsão estatutária vigente, fazendo
que os senhores Claudio
Lahorgue e José Branisso, conselheiros suplentes eleitos, que
assumiram as funções de Conselheiros Titulares quando da posse dos
Vice-Presidentes, perdessem seus cargos no Conselho Deliberativo. Dessa forma,
segundo o Sr. Valmir, a maioria do Conselho Deliberativo da ANABB passaria a ser do “seu”
grupo (11 x 10) e que ele, para ser transparente, estaria informando com
antecedência, que na reunião do dia seguinte:
a)
seu
grupo estaria destituindo o Presidente do Conselho Deliberativo Sr. João Botelho e , no seu lugar,
estaria assumindo a presidência do Conselho Deliberativo o Sr. Cláudio Zucco
(ex-presidente do Conselho Fiscal na gestão anterior);
b)
todos
os pontos aprovados na Diretoria Executiva e encaminhados para aprovação do
Conselho Deliberativo, exceto a Comissão de Ética, seriam aprovados;
c)
na
ANABBPrev não iria entregar a gestão ao grupo majoritário na ANABB, assunto que
sequer estava em pauta para deliberação, uma vez ser exatamente o assunto que
ainda está na Diretoria Executiva, em processo de debate na tentativa de,
também nesse ponto, chegarmos a uma decisão unânime;
d)
orientaria
a todos os membros de seu grupo a não aceitarem assumir qualquer cargo na
Diretoria Executiva da entidade, ficando, assim, com a maioria do Conselho
Deliberativo, passando a dar os limites da atuação da Diretoria Executiva da
ANABB.
Surpreendido que a comunicação
recebida, o Presidente da ANABB ,
Sr. Sérgio Riede ,
tentou demonstrar, sem sucesso, ser incoerente, insustentável pelos fatos e
inoportuna a decisão que o Sr. Valmir
Camilo comunicava em nome do que ele chamou de “SEU” grupo.
Pouco depois da saída do Sr. Valmir,
chegaram à ANABB as cartas de renúncia da Sra. Cecília Garcez e do Sr.
Emílio Rodrigues,
dos cargos de Vice-Presidente de Comunicação e Vice-Presidente de Relações
Funcionais da ANABB ,
respectivamente.
Com esses fatos definidos e com os
conselheiros deliberativos chegando em horários diferentes durante a noite,
para a reunião marcada para às 8 horas em primeira convocação, organizamos, com
os conselheiros já presentes, uma reunião para avaliar a situação, garantir a
governabilidade do grupo majoritário em respeito a decisão dos associados
eleitores, garantir o andamento da gestão, até aqui sem qualquer crise, e com
tudo sendo decidido de forma unânime, e garantir que os compromissos de
campanha com a democracia, a transparência e a ética pudessem ser confirmados.
Nessa reunião, verificamos que o
artifício regimental utilizado pelos ex-vice-presidentes – renúncia e retorno
ao Conselho Deliberativo – também poderia ser usado por um dos três membros
remanescentes na Diretoria Executiva, uma vez que essa renúncia faria ser
substituído no Conselho Deliberativo, o Sr. Willian Bento , membro do
que o Sr. Valmir Camilo
denominou “seu grupo”. Entretanto, esta deveria ser uma decisão a ser tomada e
implementada até a 00:00h do dia 14/3, para evitar-se que o renunciante
ocupasse os cargos de Vice-Presidente e Conselheiro Deliberativo, no mesmo dia.
Decidi ser aquele que renunciaria ao
cargo para garantir a governabilidade da entidade, pelos seguintes motivos:
a)
julguei
ser, dentre os três, aquele que mais tinha experiência em enfrentar situações
de tal gravidade política, fruto de minha passagem como coordenador da
Executiva Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil ,
Presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Conselheiro de
Administração do Banco do
Brasil , eleito pelos funcionários, Diretor de Seguridade da PREVI dentre outros cargos
de enorme disputa política;
b)
o
COMPANHEIRO Fuji, com quem tenho
tido o maior orgulho em trabalhar, estava com sua esposa em sala de cirurgia
naquele mesmo dia e não poderia estar o dia todo numa reunião tensa como a que
se avizinhava;
c)
o
COMPANHEIRO Sérgio Riede , que tem dado
exemplos cotidianos de coerência, de caráter, de seriedade e de um enorme senso
de justiça, é o presidente da entidade e a notícia da renúncia de um presidente
poderia abalar ainda mais a credibilidade da ANABB.
Por outro lado, ciente de que esta
atitude poderia ser apresentada por nossos opositores como “golpe da atual
diretoria sobre o conselho deliberativo”, deixei claro que, após a renúncia só
aceitaria retornar ao cargo caso obtivesse o voto da maioria do Conselho
Deliberativo (11 votos), o que significaria merecer os votos de todo o meu
grupamento, exceto o meu – que me absteria de votar em mim mesmo – e, ao menos
um voto dentre os conselheiros do outro grupo.
Tendo sido aceita a condição,
renunciei ao cargo de Vice-Presidente de Relações Institucionais, formalizando
minha renúncia por e-mail enviado às 22:31h aos Srs. Presidentes do Conselho
Deliberativo e da Diretoria Executiva, bem como por entrega pessoal ao Sr.
Presidente do Conselho Deliberativo à 23:08h.
A reunião do Conselho Deliberativo do
dia 14/03 transcorreu sob enorme tensão. Apesar dos inúmeros insultos e
agressões verbais acusando-me de “golpe” para tirar a maioria do conselho “dos
que a detinham”, procuramos levar até o final o debate específico de todos os
temas pautados sem responder às agressões e acusações.
Com relação ao Código de Ética, a
Comissão de Ética e ao Regulamento da Comissão de Ética, apesar de termos
maioria suficiente para aprovar os três documentos na forma em que estavam,
optamos por manter o ritmo democrático nos processos de construção desses
instrumentos e, considerando que:
a)
a
Diretoria Executiva havia levado 29 dias para elaborar as referidas propostas;
b)
os
conselheiros deliberativos tiveram apenas 5 dias para examinar, avaliar e
propor destaques aos textos;
c)
algumas
definições necessitariam de mais debates entre os senhores conselheiros, tal
como a composição da Comissão de Ética com membros permanentes ou com membros
escolhidos a cada eventual necessidade;
d)
alguns
conselheiros pediram um parecer jurídico que comprovasse que as propostas não
feriam preceitos legais;
propusemos a criação de uma comissão de 5 membros do Conselho
para receber e sistematizar as propostas de destaques que porventura forem
feitas aos textos propostos, dando prazo de 15 dias para que os senhores
conselheiros apresentem seus destaques, e que a Diretoria Executiva, no mesmo
prazo, apresente o solicitado parecer jurídico para dar conforto sobre a
legalidade dos documentos a alguns conselheiros.
A proposta
foi aceita e aprovada por unanimidade.
Da mesma forma, todos os pontos de
pauta originalmente apresentados pela Diretoria Executiva tiveram decisão
APROVADA POR UNANIMIDADE.
Ao final da reunião, entramos no
último ponto de pauta que foi a recomposição da Diretoria Executiva da ANABB.
O Sr. Luiz Oswaldo fez um apelo aos
Srs. Emílio e Amaral
e à Sra. Cecília, para que os três aceitassem se candidatar novamente aos
cargos a que haviam renunciado, em função da unidade que estavam conseguindo
construir, conforme se percebia na elaboração das propostas que estavam sendo
encaminhadas para apreciação do Conselho. O Sr. Emílio e a Sra. Cecília
disseram não poder aceitar a sugestão porque estavam se afastando para iniciar
processo de viagens em função de suas candidaturas em chapa que concorriam à
PREVI.
O Sr Luiz Oswaldo insistiu na idéia
de manutenção dos dois na Diretoria da entidade, propondo que os mesmos apenas
se licenciassem dos respectivos cargos, sem vencimentos, para manter a
possibilidade de retorno a atual composição da Diretoria. Novamente os dois
agradeceram a proposta, mas a recusaram.
De minha parte, respondi ao Sr. Luiz
Oswaldo e ao coletivo do Conselho Deliberativo da minha decisão da noite
anterior de aceitar a indicação para ser submetido a nova eleição para o cargo
que ocupava, mas que só reassumiria se recebesse o voto da maioria do Conselho,
sem o meu voto.
A primeira vice-presidência a ser
recomposta foi a VICOM (Vice-Presidência de Comunicação). Foi indicado para o
cargo o conselheiro Douglas
Scortegagna que, após aceitar a indicação, recebeu 11 votos.
A segunda vice-presidência a ser recomposta foi a VIREF (Vice-Presidência de
Relações Funcionais). Foi indicada a conselheira Tereza Godoy que, após aceitar
a indicação, recebeu 12 votos. E a terceira vice-presidência a ser recomposta
foi a VIRIN (Vice-Presidência de Relações Institucionais). Fui indicado para o
retorno ao cargo e aceitei a indicação. Abstive-me de votar em mim mesmo, mas
recebi o voto de um dos membros do grupo minoritário e obtive os 11 votos
(maioria do Conselho), o que me permitiu voltar ao exercício desta
Vice-Presidência.
Isso mesmo. Todos os pontos da pauta
original foram APROVADOS POR UNANIMIDADE. Só não foram aprovadas por
unanimidade as escolhas dos nomes para recompor a Diretoria Executiva.
Se era verdade que existia confronto
e desunião entre os conselheiros eleitos; se era verdade que a relação de
parceria existente na Diretoria Executiva “não havia dado certo” (conforme dito
pelo Sr. Valmir Camilo );
como explicar que nenhum tema de interesse da ANABB mereceu a votação de 11 a 10? Como explicar que
nenhum tema de interesse da
ANABB mereceu uma abstenção sequer? Como explicar que nenhum
tema de interesse da ANABB
mereceu um único voto contra de qualquer dos 21 conselheiros?
Esta é uma crise fabricada por quem
está querendo evitar a aprovação de um Código de Ética, previsto no estatuto da
entidade. Esta é uma crise fabricada por quem está querendo evitar a nomeação
de qualquer nome para compor uma Comissão de Ética para evitar a sua existência.
Esta é uma crise fabricada por quem, apesar de não estar acusado de coisa
alguma pela entidade, se sente ameaçado pela simples apuração de fatos.
E o jogo é pesado.
Logo após o final da reunião,
recomposta a Diretoria Executiva, a Sra. Tereza Godoy foi chamada para
conversar com o Sr. Valmir Camilo. Ao final da conversa, apresentou à ANABB sua
carta de renuncia ao cargo de Vice-Presidente de Relações Funcionais, para o
qual havia sido eleita.
A Diretoria Executiva, em reunião
desta data, optou pela indicação de meu nome para acumular as Vice-Presidências
de Relações Funcionais e Institucionais, até o Conselho Deliberativo, na
próxima reunião, nomeie outro Conselheiro para o exercício do cargo.
Era o que tinha a relatar.
Espero, com este relato, ter cumprido
com o meu dever de agir com transparência, dando satisfação de meus atos
àqueles que represento e, desde já aceito os diversos julgamentos que podem ser
feitos com relação à minha conduta neste episódio.
Grande abraço a todos e a todas.
Fernando Amaral Baptista Filho
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