O
delegado sindical é a representação mais próxima dos trabalhadores (as), pois
se dá no próprio local de trabalho.
E,
neste sentido, tem uma grande força, pois é o (a) principal responsável por
contribuir com a organização do movimento sindical dos trabalhadores, a partir
da base, a partir do cotidiano das relações de opressão entre capital e
trabalho.
E EXISTE OPRESSÃO NO BANCO?
Fora
as metas e o assédio institucionalizado, entre outras formas, que levam ao
adoecimento, noites mal dormidas, e o terrorismo/medo de perder uma comissão.
Fora as diversas formas de
pressão e vigilância permanente.
Fora as ameaças de punição
e avaliações negativas, no caso de não alcançar determinadas metas.
Fora... tudo parece bem...
mal!
A DISPUTA IDEOLÓGICA DO BANCO
Não
bastasse a opressão física e emocional cotidiana, ainda há uma “lavagem ideológica”
do Banco, através de cursos, palestras e outros instrumentos voltados quase que
exclusivamente para disseminar uma visão individualista, competitivista e de
acomodação.
E
ainda de “vender” a imagem de um Banco/Patrão diferente daquele que conhecemos
e que nos faz sofrer todos os dias.
Assim,
passamos a internalizar, da maneira mais cruel, o opressor dentro de nós. Nós
já somos nosso maior cobrador. Nós já somos o patrão de nós mesmos.
O
papel do delegado (a) sindical deve ser, pois, o da construção coletiva de uma
consciência de classe, onde, a partir da compreensão das contradições da relação
capital/trabalho cotidianas, conjunturais e estruturais, possamos todos,
junt@s, entendermos que só a nossa união é capaz de desafiar esse sistema e,
pelo menos, evitar danos ainda maiores à dignidade humana.
SINDICATO É DE TRABALHADOR. SINDICATO É PARA
LUTAR!
Não
podemos, contudo, deixar de considerar o papel do delegado sindical, ainda,
numa conjuntura em que muitíssimas direções sindicais procuram “aliviar” a
barra pro patrão, rebaixando as reivindicações, e fazendo “movimentos de
fachada”.
Isso
tem a ver com uma mudança qualitativa do sindicalismo brasileiro, que se
burocratizou e atrelou-se definitivamente às estruturas do Estado. Isso
exigiria uma análise muito mais profunda do que se propõe ser este texto inicial.
Assim,
destaco três aspectos importantes do papel e atuação coletiva do delegado
sindical:
Ø Ter independência de
classe para defender os direitos de nossa categoria;
Ø Sua legitimidade deve
estar diretamente ligada não à eleição formal, mas à participação efetiva de
todos(as) nossos(as) colegas da agência nas atividades de mobilização e decisão
coletivas de nossa categoria, bem como na crítica, auto-crítica e construção de
nossa participação nos diversos espaços;
Ø A defesa de nossos
direitos deve estar intimamente ligada à solidariedade com os direitos de todos
os trabalhadores e trabalhadoras, desempregados e empregados. Daí a nossa
defesa dos direitos trabalhistas conquistados;
Portanto, o voto deve
significar também um compromisso com os três itens acima defendidos. Para que a
eleição não seja a escolha do representante, mas do significado dessa
representação. E que o compromisso seja multilateral, e não apenas do eleito
para com os “representados(as)”.
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