Hoje, 25/04,
ocorreu em nosso sindicato uma assembleia extremamente esvaziada. Estaríamos
satisfeitos com as políticas que o Banco vem implementando contra nós, funcionários/as?
Claro que não!
O esvaziamento
da assembleia é sintomático, resultado de uma política atrasada, equivocada das
direções sindicais.
O Banco, logo
no início do ano, implantou o Plano de Funções unilateralmente. Humilhou as
direções sindicais, “convidando-os” a assistir a apresentação, e declarando
taxativamente que não negociaria.
Fez mais: A
direção do Banco migrou automaticamente parte significativa dos funcionários
comissionados para o Novo Plano de Funções. E deu um ultimato – prazo de cinco
dias – para outra parte dos funcionários optarem pelo novo Plano, caso
contrário, perderiam suas comissões.
Diante do
descaso do Banco com o funcionalismo e de seu ultimato, era necessária uma
resposta contundente e rápida das direções sindicais. Era necessário convocar
uma grande greve nacional, antes da consumação de todo o fato. Os bancários lotaram reuniões e assembleias em todo o país. Aqui mesmo no Ceará, a direção do sindicato sequer se preparou para receber os colegas, querendo fazer uma pequena reunião numa sala apertada. Contudo, quatro meses depois, o tempo
esfriou e a pouca confiança nas direções diminuiu ainda mais. O funcionalismo
do Banco do Brasil tem se sentido solitário, por um lado, atacado por um modelo
de gestão autoritário, repressivo, agressivo; por outro, sem ter um instrumento
que os defenda.
Assim como ocorreu
com a implantação do atual Plano de Cargos e Remuneração (PCR), assim como ocorreu
com a lateralidade, assim como vem ocorrendo com as diversas formas institucionalizadas
de assédio, o Banco tem se sentido muito à cavalheira para implantar tudo de
maneira unilateral.
“Nunca antes
na história desse país”, se viu tamanho clima de assédio no Banco do Brasil,
tamanha pressão e um Banco privado de varejo como outro de mercado. “Nunca
antes na história desse país”, alguém teve a “gratificação semestral” e outras
verbas reduzidas, mesmo continuando na mesma função.
Colegas que
estão pedindo dispensa da comissão por não suportarem mais o desrespeito e a
agressão ante o seu profissionalismo. Todos os dias têm-se transformado em
provas de resistência. Os novatos estudando para concurso e os antigos
perguntando por um Plano de Incentivo para sair, fazendo as contas da
aposentadoria. Uma empresa assim não é
uma empresa saudável.
Claro, há
também os “vibradores” que buscam ser ou parecer ser “mais realistas” que o Rei.
Mas o “Rei está nu”, despido do real sentido que deveria ter um banco público,
despido do real sentido de ética corporativa, despido do respeito ao que tem de
mais valioso numa empresa: seu corpo funcional.
Desistir,
porém, jamais! É preciso sempre renovar as esperanças. E ainda o que há de
melhor são as pessoas, nossos colegas, nossos amigos que nos dão força para
percebermos que não somos nós os incompetentes, mas aqueles/as que adoram fazer
planilhas para que acreditemos nisso. Parafraseando o que disse Picasso a
oficiais nazistas quando o questionaram ante Guernica quem a teria produzido, nós responderemos: Esse quadro não
fomos nós quem o fizemos, foram vocês (Direção do Banco) quem criaram esse
quadro de horrores.
Acreditamos
que um dia, quando menos eles esperarem, a resposta virá e será contundente.
Não há império que dure para sempre, nem farsa que nunca se acabe. Nem da direção
do Banco, nem das falsas direções sindicais. E quando os bajuladores da corte buscarem
vestir o Rei, nós já o teremos deposto.
Não foi hoje.
A greve de 24 horas não havia como ser construída sem a participação e
representatividade de nossos colegas. Apenas 33 (trinta e três) presentes e,
ainda assim, a direção do sindicato quis fazer aprovar a greve a qualquer
custo, para fazer cumprir à força um calendário atrasado apontado pela
CONTRAF-CUT.
Nós,
verdadeiramente, queríamos dar uma resposta contundente ao Banco, mas não
podemos fazer isso sem a compreensão e participação conjunta de todos/as.
Por isso, dia 30
de abril, convidamos a todos e todas colegas a vestirem-se de preto.
Simbolicamente demonstrando o que têm sentido ante toda a pressão do Banco.
E, em nossa
greve, no segundo semestre, dar o troco que o Banco merece.
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